Posted by : CP2sc3 terça-feira, 12 de setembro de 2017

1a Série
2ª CERTIFICAÇÃO

LÍNGUA
PRESSUPOSTOS DE ABORDAGEM

I. Ortografia (Novo Acordo Ortográfico)
II. Formação da Língua Portuguesa


O estudo da ortografia, ao longo de todo o Ensino Fundamental, ocorreu de forma contínua, porém não sistematizada. É, portanto, o momento de sistematizar as regras de acentuação, por exemplo, aproveitando a proximidade temporal do Novo Acordo Ortográfico. A reflexão sobre variabilidade linguística e sobre política do idioma – ressaltando a importância do Acordo para a comunidade lusófona e as controvérsias  – deve ser abordada. Tal ponto pode também se prestar à exemplificação da variação diatópica no mundo lusófono. Vale ressaltar que o estudo isolado das convenções ortográficas, como simples memorização, não estará coerente com a fundamentação teórica do Departamento. O conteúdo referente à formação da Língua Portuguesa será desenvolvido junto com o estudo dos gêneros literários.

LITERATURA
PRESSUPOSTOS DE ABORDAGEM

I. Gênero lírico

               I.1Trovadorismo – cantigas medievais
                               a) exemplos de cantigas;
                               b) a medida velha;
                               c) estribilho;
                               d) paralelismo.


              

I.2Classicismo – Camões lírico
                               a) a medida nova – o soneto;
                               b) tipos de rimas;
                               c) noções de metrificação;
                               d) figuras de linguagem.

II. Gênero Narrativo/ Épico

               II.1 – O herói medieval (novelas de cavalaria);
               II.2 – O herói clássico;
II.3 – Camões épico – Os Lusíadas.
                      
III. Gênero Dramático

III.1 – Características:
               a) ausência de narrador;
               b) rubrica;
               c) elementos cênicos.

III.2O teatro de Gil Vicente (Humanismo).


A apresentação dos três gêneros literários de forma mais ampla conduz e organiza o estudo da literatura em língua portuguesa, antes da descoberta do Brasil, por isso, abrem-se duas linhas de trabalho: em uma delas, esse conteúdo de Literatura mescla-se ao conteúdo de Língua “Formação da Língua Portuguesa” e retoma o tema de variação linguística. É fundamental ler com os alunos e comparar textos em português antigo, como o das cantigas trovadorescas do século XIII, ainda com forte influência do galego; em português do século XV-XVI, como o de Gil Vicente, com características marcantes de oralidade; e em português moderno, como o de Camões, tanto no lírico quanto em Os Lusíadas. A outra linha de trabalho diz respeito às características próprias dos textos literários em questão, aos recursos estilísticos empregados e ao contexto de produção dessas obras.  Vale ressaltar que não é coerente priorizar o estudo da Idade Média, que constitui apenas o tema inicial da certificação, em detrimento do estudo do Humanismo, ou, sobretudo, do Classicismo. Dentre os conteúdos destacados, o maior tempo do planejamento deve ser destinado a Camões, não apenas por sua importância em relação à língua portuguesa, mas também por ser representante de dois gêneros, o lírico e o épico.
É fundamental, também, chamar a atenção dos alunos para a intertextualidade, a permanência das cantigas, da lírica de Camões e de outros em textos contemporâneos.
OBS.1: No momento em que serão explorados os recursos expressivos de sonoridade do texto lírico, podem ser revisados, a critério do professor, conteúdos de fonética e fonologia, bem como as figuras assonância e aliteração.
OBS.2: O estudo da epopeia pode ser associado à literatura de cordel, sempre sendo destacada a variação linguística.

As leituras referentes à 2ª certificação devem ser associadas aos gêneros literários estudados: romances de cavalaria; autos ou farsas vicentinas; trechos escolhidos de Os Lusíadas; seleção de poemas líricos camonianos e outros.

OBS.: Seria interessante a organização de um material comum ao Departamento, a ser reproduzido pela gráfica da escola, contendo uma seleção de cantigas, uma farsa vicentina, alguns poemas líricos camonianos e trechos de Os Lusíadas.


REDAÇÃO
PRESSUPOSTOS DE ABORDAGEM

A produção textual priorizará a construção de textos dramáticos curtos, para representação em sala ou para produção de vídeos.

OBS.: Sempre se fará, em sala de aula, a revisão da morfossintaxe trabalhada no Ensino Fundamental, como parte integrante do processo de correção das redações.



É importante valorizar a criatividade e o ludismo, visto que, nas demais séries do Ensino Médio, o aluno lidará, na maior parte do tempo, com textos dissertativos-argumentativos.

2a Série
2ª CERTIFICAÇÃO
LÍNGUA
PRESSUPOSTOS DE ABORDAGEM
1. Relações interoracionais: Subordinação vs. coordenação
Distinção entre processo de subordinação e de coordenação, retomando ainda o período simples, com vistas ao composto. Pode-se apontar a questão da pontuação como, intuitivamente, diferenciadora entre o processo coordenador e o subordinador em nível interoracional. Subordinadas jamais podem ser separadas por ponto final, ao passo que coordenadas sim. Tal princípio só não acolherá totalmente as explicativas, que compõem o polo atípico das estruturas coordenadas, em oposição às aditivas, as mais tipicamente coordenadas. É interessante, nessa abordagem inicial que se pense em frases que resguardam sinonímias, mas com profundas distinções sintáticas:
Ou você descansa ou não dará conta de suas tarefas.
Se você não descansar, não dará conta de suas tarefas.

Entendo do que está falando, mas não concordo contigo.
Embora entenda do que está falando, não concordo contigo.

Estava a casa toda apagada, logo não deveria haver ninguém lá.
Como a casa estava toda apagada, não deveria haver ninguém lá.

Ela toca piano e canta.
Ela, além de tocar piano, também canta.

É preciso que se perceba que os dois processos em questão correspondem a dois níveis de encadeamento discursivo distintos, o que pode variar, inclusive por objetivos pontuais ou por tipologia textual. Assim, em uma descrição, a coordenação talvez seja mais esperável, ao passo que na argumentação a recorrência de acoplamentos sintáticos da subordinação parece ser mais conveniente à própria eficácia discursiva que se busca nesse meio.
Em meio à subordinação oracional, a adequada distinção entre principais e subordinadas, é fundamental. Na relação morfossintática entre principais e subordinadas, cabe sempre às últimas, ao menos uma das configurações seguintes:
•presença de conectivo no início da oração;
•verbo no modo subjuntivo ou
•verbo em uma das formas nominais.
A distinção entre principais e subordinadas é valiosa não só estruturalmente, mas também para se identificar vários níveis de articulação argumentativa.
Desde já, é preciso destacar que o estudo das relações interoracionais precisa ter em vista a própria construção textual, especialmente, em sua esfera argumentativa.

Sobre a abordagem das estruturas subordinadas, elas podem continuar a ser tratadas como termos oracionais, contudo, é imprescindível que se tenha contato efetivo com a terminologia da NGB.
Especialmente no caso das substantivas, comumente o plano do estudo argumentativo fica secundarizado. Interessa-nos inverter tal olhar. Nas subjetivas e predicativas, por exemplo, as orações principais contêm instruções enunciativas importantes de se flagrar. As demais substantivas contarão com a essência do que é a própria configuração oracional em face do termo simples: uma possibilidade mais vasta de expressividade e, segundo nosso interesse mais destacado, de argumentatividade também. Claro que sempre valem as comparações explícitas entre ambos os níveis de construções, tanto melhor se a partir de textos escritos, orais ou virtuais que permitam tais transformações e o vislumbre de seus efeitos de sentido. No caso das apositivas, que são apostos resumitivos oracionais, tem-se oportuna ocasião para exemplificação do conceito de referência catafórica.
Nas adjetivas, primeiro importa aprofundar o entendimento semântico delas, que pode operar em diferentes níveis, dentre os quais:
- ideológico:
Políticos que roubam a população deveriam ser todos presos.
Políticos, que roubam a população, deveriam ser todos presos.
- de constatação/descrição de mundo:
Meu tio que mora no interior veio nos visitar.
Meu tio, que mora no interior, veio nos visitar.
- de estilo:
Machado de Assis que escreveu Memórias póstumas é o maior gênio da literatura brasileira.
Prefiro o Zico que jogou no Flamengo ao que foi da seleção.
- uma única possibilidade de construção:
Marte, que é o planeta vermelho, pode ter tido água um dia.
*Marte que é o planeta vermelho pode ter tido água um dia.
Na perspectiva de aprofundamento do ensino médio, é preciso avançar na distinção entre conjunção integrante que e pronome relativo que, diferenciação que vem sendo abolida na gramática cotidiana da língua, que avança no sentido de consolidar ambos os quês como meros marcadores de subordinação. Em face tal distinção, convém o próprio estudo das funções sintáticas do pronome relativo.
Na perspectiva de trazer a língua viva á sala de aula, é necessário tratar das duas grandes variedades de construções relativas que tomam conta do português brasileiro:
As orações adjetivas cortadoras:
Maria ainda não leu o livro que todos estão falando.
Maria não conhece uma casa que todos vivam felizes.
Maria não conhece o aluno que todos estão desapontados.
Maria recebeu os pais que os filhos estão com notas baixas.

As cortadoras correspondem a estruturas simplesmente despreposicionadas.

As orações adjetivas copiadoras:
Maria ainda não leu o livro que todos estão falando dele.
Maria não conhece uma casa que todos vivam felizes nela.
Maria não conhece o alunos que todos estão desapontados com ele.
Maria recebeu os pais que os filhos deles estão com notas baixas.

As copiadoras são construções em que o sintagma nominal é repetido, “copiado”.

Por fim, o estudo das adverbiais. Aqui, cabe uma observação. Diferente das demais subordinadas que já terão sido vistas desde o 9º ano como termos oracionais, as adverbias em suas nove possíveis roupagens, para se restringir à NGB (pode-se pensar ainda em construções locativas, de modo, aditivas, etc), serão, em princípio novidade, cabendo uma descrição de alguma pormenorização, portanto. É fundamental que, em tal apresentação, o estudante possa apreender a mudança de circunstância a partir de um exemplo retirado do texto que for. Então, por exemplo:

Se for falar de amor, me consulte: condicional
Quando for falar de amor, me consulte: temporal
Por falar de amor, me consultou: causal
De tanto falar de amor, me consultou: consecutiva
Mesmo que fale de amor, me consulte: concessiva
Para falar de amor, me consulte: final
Falou de amor, como se me consultasse: comparativa
À medida em que falava de amor, me consultava: proporcional
Falou de amor, conforme me consultou: conformativa.

É importante que se possa atentar aos valores discursivos, transformações morfossintáticas devidas a conectivos e eventuais reflexos semânticos daí advindos, para além de todos os planos de relações que se possam explorar em prol da argumentação: causa-consequência, concessão, conformidade, etc.
Por fim, não cabe o estudo à parte ou como classificação das orações reduzidas. Estas devem ganhar especial atenção para fins de coesão, evitando-se “queísmos” no fluxo textual.

2. A subordinação interoracional
   Substantiva
   Adjetiva
   Adverbial
LITERATURA

3. Realismo
Contextualização histórica e estética. O advento do cientificismo. O antirromantismo.
   3.1. Machado de Assis
A circulação das ideias burguesas na sociedade brasileira de meados do século XIX no romance urbano, o crítico Machado de Assis e o romancista e contista consagrado, a plurissignificação machadiana, olhares que se opõem ao Romantismo. A singularidade da prosa machadiana no contexto realista e literário brasileiro em geral, como reestruturação do próprio romance e elevação do conto, por meio de uma série de recursos/estilismos originais e inovadores.
O severo olhar crítico de Machado para a sociedade que lhe era contemporânea já é, em si, um ponto que, da forma como se apresenta, pelo recorte de contradições humanos, de imperfeições morais, de hipocrisias cultivadas e preservadas amplamente, institui todo um novo plano de referências de mundo, em uma literatura de veladas denúncias, em nada identificado com o Romantismo, a não ser, claro, pelo extrato social enfocado que persiste o mesmo.
Os perfis femininos de Machado ganham especial relevo, em sua desconstrução do Romantismo. A contextualização de tal processo é vital para que a leitura do autor não tergiverse para estereótipos obscuros e enviesados acerca da caracterização feminina.
A ironia machadiana, traço peculiaríssimo do autor, muitas vezes, de difícil percepção por nossos estudantes dada a sutileza habitual do autor. Pode ser indicada a comparação a realistas europeus de viés mais ácido, como Eça de Queiroz ou o próprio Flaubert, empenhados em chocar a sociedade de sua época, de modo a explicitar o tom, de fato, muito mais ameno de Machado.
Machado reestruturou a própria narrativa literária. No Romantismo, por exemplo, assistia-se a um verdadeiro enaltecimento do desfecho narrativo, por sinal, até hoje vastamente presente no gosto popular. Eis que aí também paira, para nossos alunos, um dos pontos de estranhamentos em relação a Machado que reorganiza seu enredo, tornando o desenvolvimento em si de complexidade talvez nunca antes vista.
Simultaneamente a tudo isso, incitar o debate de como Machado escapa ao esculpido gosto romântico e como tal fato ainda influencia os primeiros contatos com sua obra, mesmo nos dias atuais.
A questão da autoria negra (interpolar com indicação presente nos estudos de Romantismo): o apagamento da origem afrodescendente de Machado.
É desejável que a leitura de Machado inclua um romance e/ou seleção de contos. Pode também ser bastante oportuno o trabalho comparando ou criando planos de leitura entre as obras de Machado e adaptações em vídeo ou dramatizadas.
REDAÇÃO

1. Estratégias argumentativas
Principais estratégias e recursos argumentativos: por senso comum (contraponto), por explicação, por alusão histórica, por contraste de ideias, por causa e consequência, a partir de dados, por argumento de autoridade, por exemplificação, a partir de “fatos comprováveis”, etc...
2. Mecanismos de coesão
Estudo tanto de recursos de coesão referencial quanto sequencial. Daqueles, principalmente, a própria repetição (quando inevitável), a pronominalização, os vários níveis de sinonímia (epítetos, hiperônimos, hipônimos, equivalências circunstanciais, etc.), nominalização, elipse; destes, o aproveitamento do estudo dos nexos conjuncionais, com aprofundamento nos efeitos de sentido e também do uso adverbial para coesionamento textual.
3. O artigo de opinião
Exploração do gênero, em contraposição à dissertação. A persuasão como forma de argumentação. A possibilidade de interlocução. A liberdade relativa de linguagem acoplada ao meio de publicação em questão.

3a Série


LÍNGUA 

I. Regência verbal e nominal.

II. Crase.







 LITERATURA


I. 1ª fase do Modernismo (continuação): ruptura e renovação.


II. Problematização da identidade nacional: movimentos/manifestos; diálogos com a Tradição; perspectivas.


III. A renovação estética: poesia e prosa.


IV. 2ª fase do Modernismo (o romance de 30).

Faz-se necessário dar continuidade e aprofundar o estudo da variabilidade linguística, abordando-a em seus diferentes níveis: fonético e fonológico, morfológico, sintático, semântico e lexical. Sob essa perspectiva, serão estudados e/ou aprofundados conteúdos tais como o uso e a colocação dos pronomes pessoais, a regência verbal e a nominal e a concordância verbal e a nominal, itens programáticos que permitem a revisão de conhecimentos indispensáveis da morfossintaxe (vozes verbais, tipos de sujeito, flexão verbal e nominal, o sintagma nominal e o sintagma verbal, entre outros). É importante destacar que, com exceção de colocação pronominal, tais conteúdos não são, de fato, novos e têm sua relevância, nesta série, por propiciar uma análise crítica, sobretudo, das diferenças entre a norma padrão e outras variedades da língua em seus múltiplos usos. Cabe ressaltar, ainda, que outros itens linguísticos igualmente relevantes podem ser trabalhados de acordo as demandas de cada turma, notadamente a partir de suas produções escritas.
                No que se refere ao desenvolvimento dessa produção, entende-se que a dissertação argumentativa deva ser privilegiada e a sua prática relacionada, quanto aos conteúdos gramaticais, à observância de estruturas que facilitem e aperfeiçoem a coerência e a coesão, dentro das exigências que a forma dissertativa apresenta. Trata-se, por exemplo, de mostrar os diferentes recursos que a língua oferece para que se omita o enunciador: sujeito indeterminado; voz passiva sintética e voz passiva analítica, com omissão do agente da passiva. Nessa perspectiva, torna-se necessário, também, o estudo dos métodos argumentativos e da organização do pensamento; os princípios básicos da Teoria da Argumentação, como a distinção entre convencimento e persuasão; o estudo das diferentes estratégias argumentativas (os diferentes tipos de argumento, como o argumento de autoridade, o argumento baseado no consenso, o argumento com base em provas concretas, o argumento baseado no raciocínio lógico, ou argumento de causa e consequência, o argumento de oposição à tese, ou contra-argumentação e os argumentos não válidos: as falácias e/ou sofismas); a revisão dos operadores/conectores; a relevância da norma padrão para esse tipo de texto; a adequação ao receptor; a objetividade e a subjetividade na dissertação, dentre outros aspectos que  constituem itens de fundamental importância para que o(a) estudante produza textos que reflitam seu amadurecimento  como usuário(a) da língua e cidadão(ã) crítico(a).  


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